Sejam Bem-Vindos!!!
Palavras. Castelos deixados como herança, habitados pelos mais sutis pensamentos...
Estes que traduzidos em versos, lemos pra lembrar daquilo que foi escrito para esquecer...
domingo, 30 de maio de 2010
Indiferença...
Como se morre de velhice ou de acidente ou de doença, morro, Senhor, de indiferença.
Da indiferença deste mundo onde o que se sente e se pensa não tem eco, na ausência imensa.
Na ausência, areia movediça onde se escreve igual sentença para o que é vencido e o que vença.
Salva-me, Senhor, do horizonte sem estímulo ou recompensa onde o amor equivale à ofensa.
De boca amarga e de alma triste sinto a minha própria presença num céu de loucura suspensa.
(Já não se morre de velhice nem de acidente nem de doença, mas, Senhor, só de indiferença.)
Cecília Meireles, in 'Poemas (1957)'
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